Carreira Profissional

Frustração na Carreira: Uma Realidade Frequente

por | 18 de novembro de 2024

Outro efeito comum dessa falta de planejamento é a frustração profissional. Muitos médicos entram na faculdade com a expectativa de realizar um trabalho significativo e bem remunerado, mas a realidade pode ser bem diferente. A rotina intensa, o excesso de burocracia, a falta de reconhecimento e a pressão para atender a um número elevado de pacientes em curto espaço de tempo são fatores que contribuem para a insatisfação. Segundo uma pesquisa da Fundação Instituto de Administração (FIA), 56% dos médicos brasileiros se sentem frustrados com sua carreira, principalmente devido à carga de trabalho excessiva e à remuneração aquém das expectativas.

Essa frustração pode levar a uma desmotivação generalizada, impactando a qualidade do atendimento e a relação do médico com os pacientes. Além disso, o sentimento de estagnação na carreira e a percepção de que não há perspectivas de crescimento ou valorização podem fazer com que muitos profissionais reconsiderem sua escolha de carreira, ou busquem alternativas fora da medicina.

 

A solução: planejamento estratégico no início da carreira

Diante desse cenário, especialistas defendem a importância de uma pausa estratégica logo após a formatura. Em vez de ingressar imediatamente no mercado de trabalho, o recém-formado poderia dedicar alguns meses ao planejamento de sua carreira, com o apoio de consultores financeiros, advogados e especialistas em gestão de carreira. Essa pausa poderia evitar muitos dos problemas enfrentados pelos médicos ao longo da carreira, garantindo uma trajetória mais segura e bem-sucedida.

Em resumo, a formação médica no Brasil precisa incluir na jornada de preparação dos médicos conteúdos de empreendedorismo e gestão, para que os profissionais possam não apenas exercer a medicina com excelência, mas também gerir suas carreiras de forma sustentável. Caso contrário, continuaremos a ver médicos altamente capacitados tecnicamente, mas fragilizados financeiramente e emocionalmente, tornando-se apenas mais um operário da saúde, preso em uma condição que limita a realização profissional e o futuro desses profissionais.

 

Fontes:

  1. Associação Médica Brasileira (AMB)
  2. Instagram da Rádio Metrópole (BA)
  3. Conselho Regional de Medicina do Estado da Bahia (Cremeb)
  4. International Stress Management Association (ISMA-BR)
  5. Fundação Instituto de Administração (FIA)

Claúdio Urpia

Formado em Marketing e Branding com pós em Marketing Digital.
Há 27 anos atua como consultor de marketing com foco na área médica já tendo prestado consultoria para mais de 1.000 médicos no decorrer da carreira.